Membros do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (SINDPOC) fizeram uma manifestação no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, na manhã desta sexta-feira (15), em protesto contra a transferência de quatro policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para os municípios de Santo Estevão e Serra Preta.
De acordo com o presidente do sindicato, Eustácio Lopes, o motivo alegado de baixa produtividade nos últimos meses não se justificam pelo fato dos mesmos policiais terem sido premiados no ano passado. Ele também denuncia a falta de ferramentas de inteligência para ajudar os policiais no trabalho de investigação e elucidação de crimes.
“Estamos em repúdio contra o gestor daqui, que transferiu quatro policiais da Delegacia de Homicídios, por conta de atribuir aos colegas o aumento da violência em Feira de Santana, que aumento de janeiro a abril de 2019, quando teve 96 homicídios, e de janeiro a abril de 2020 teve 148, um aumento de 54%. Só que, essa mesma equipe que foi perseguida e transferida, no ano passado, recebeu um prêmio por desempenho policial porque conseguiu reduzir o número de homicídios em Feira de Santana e agora esses mesmos policiais são culpados pelo aumento da violência, que nós sabemos, pela briga do tráfico de drogas”, protestou Lopes.
O presidente do SIDPOC pontuou que os investigadores continuam trabalhando de forma arcaica, sem o acesso a ferramentas que podem ajudar na elucidação de crimes e atingir o patrimônio dos traficantes. Eustácio cita como exemplos a ausência de um laboratório de interceptação de telefones para o monitoramento das quadrilhas e de um outro laboratório para descobrir a lavagem de dinheiro, identificando o patrimônio dos traficantes.
“A polícia continua trabalhando, indo lá, no bairro onde o traficante matou determinado fulano, buscando a família para vir a declarar que o traficante matou o filho dela. A família vai voltar pro bairro ou a polícia identificar e elucidar, porque faltam essas ferramentas”, acrescentou.
O sindicalista completou que a DH tem três equipes, com quatro policiais, cada, para dar conta do trabalho de investigação dos crimes ocorridos em Feira de Santana. Ele destaca que seria necessário o triplo no número de policiais.
Blog Central de Polícia, com informações e imagem de Jota Bezerra.