Durante a pandemia do novo coronavírus foi notado o crescimento do serviço prestado por entregadores de aplicativos de delivery e somado a isso está o crescente número de assaltos a estes profissionais em Feira de Santana.
A informação é de Werley Batista, presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos de Aplicativos (SINCAAP-BAHIA), no município. Ele destaca que além dos crimes praticados contra os motoristas de transporte por aplicativo, os motociclistas e ciclistas que atuam no ramo também são alvos dos bandidos.
Embora não tenha números exatos, ele informa que os ciclistas lideram a estatística de vítimas de assaltos na cidade.
Werley ressalta que o serviço prestado através do delivery absorveu um número significativo de pessoas que ficaram desempregadas e há cerca de 800 ciclistas atuando no ramo. “Ciclistas tem sido os principais alvos dos bandidos, mas os moto-entregadores também, principalmente na periferia da cidade”, relata.
O presidente do SINCAAP informa que tem buscado orientar a categoria para prestar queixa, até mesmo em tentativa de assalto, para ajudar a polícia a mapear o crime.
“Preste depoimento na delegacia, aconteceu, se roubou um real seu ou celular ou bem maior, o carro, vá à delegacia, registre o boletim de ocorrência para que a polícia militar tenha informações, possa criar um livro do volume de assaltos em Feira de Santana”, orienta Batista.
Ele informa ainda que de 60 a 80 mulheres também atuam no segmento e bairros como Asa Branca, Limoeiro, Aviário, Viveiros e Mangabeira estão entre os locais mais perigosos, mesmo durante o dia.
Werley Batista diz que através de palestras busca orientar os profissionais que trabalham por aplicativo a prestarem queixa e já manteve contato com a Polícia Militar para atuar no combate aos assaltos.
Motorista de aplicativo
Além dos entregadores, motoristas de aplicativo temem pela falta de segurança na cidade e alguns tem deixado de trabalhar de noite, como Carlos Vinícius, 44 anos, que atua no ramo há cerca de um ano e já foi vítima de assalto.
“Há carca de 20 a 30 dias eu fui assaltado, fui atender um chamado e era para terceiros, o passageiro entrou no carro e iniciei a corrida normalmente e no meio do percurso eles me pegaram pelo pescoço, colocaram a arma na minha cabeça, anunciaram o assalto e aí levaram meu celular, dinheiro, me ameaçaram bastante, porque o que eu tinha eles acharam pouco, revistaram o carro inteiro. Enfim, a partir daquele momento eu me sinto muito inseguro para trabalhar, não estou trabalhando mais à noite e hoje estou trabalhando até no máximo seis horas (noite). Antes de sair de casa peço proteção a Deus”, relatou Carlos.
Blog Central de Polícia, com informações de Denivaldo Costa e imagem ilustração.