Nesta segunda-feira (3), primeiro dia útil de 2022, um grupo de moradores da zona rural de Feira de Santana promoveu um protesto no Terminal de Transbordo Central, onde exigiram o retorno dos ônibus do transporte coletivo nas comunidades rurais do município. Os manifestantes chegaram a bloquear a entrada do estação em busca de um diálogo com a gestão municipal. O embarque e desembarque era realizado na pista da Avenida Olímpio Vital. A entrada para o terminal já foi desbloqueada.
Um dos manifestantes, José das Virgens, classificou a situação do transporte na zona rural como um descaso e disse que as comunidade mais atingidas são Jacu, Candeia Grossa, Alecrim Miúdo, Carro Quebrado e Fazendo Morro. “Todas as comunidades estão sem transporte. Estão colocando permissionários para rodar, esses permissionários não entram no Terminal Central, as pessoas tem que pagar outra passagem para fazer a integração”, disse. “Queremos a solução do problema, estamos sendo humilhados, o que a gente exige é o direito de ir e vir e usar o transporte coletivo”, completou o manifestante.
Zuleide da Silva Batista, que saiu na manha desta segunda-feira (3) do bairro Parque Ipê, aguardava para fazer a integração para o bairro Gabriela e avaliou a situação. “É correto, mas atrapalha o nosso lado”, disse.
O problema do transporte coletivo por ônibus na zona rural se arrasta desde que a empresa Rosa deixou de operar essas linhas, que passaram para a empresa São João em maio de 2020 e em outubro de 2021 a empresa comunicou quer não mais faria a operação das linhas. Manifestantes chegaram a bloquear a entrada da garagem da empresa Rosa, por cerca de quatro dias, no final de outubro de 2021 além de outras manifestações populares na rua, exigindo melhorias no transporte rural.
Um novo contrato emergencial com a empresa São João foi assinado para retirada do transporte em quatro linhas: 50 (São José/Praça do Tropeiro via Carro Quebrado); 52 (Candeia Grossa/Praça do Tropeiro); 123 (São José/Faz. Morro/Terminal Norte) e 124 (Santa Quitéria/Adelba/Terminal Norte), além 14 permissionários do Sistema de Transporte Público Alternativo e Complementar (STPAC), que operam veículos com capacidade para 30 pessoas.
Nota da Prefeitura
Segundo o secretário Saulo Figueiredo, “os usuários destas localidades da zona rural também tem a opção de usarem o cartão eletrônico Via Feira nos micro-ônibus e, posteriormente, acessarem o Terminal Central por meio do benefício da integração temporal (de até duas horas) e embarcarem em outro ônibus do SIT ou do BRT com a mesma tarifa paga”.
O titular da pasta reitera que a decisão de limitar a integração física ao transbordo se dá por razões técnicas e, desta forma, é possível remunerar esses trabalhadores do sistema alternativo que estão atuando.
“Fizemos todos os ajustes necessários ouvindo os representantes dessas comunidades, inclusive com registro em ata. Portanto, não é razoável cerca de 110 linhas de todo o sistema de transporte sejam afetadas devido ajustes em apenas duas linhas”, pontua Saulo.
Dados do sistema de bilhetagem eletrônica já foram aferidos e mais de 95% dos itinerários e horários, determinados pelo poder público, foram cumpridos.
Com informações do Folha do Estado e programa Ronda Policial e fotos de Sotero Filho (Rádio Subaé)
